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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Equipe acha mais antigo calendário maia e derruba 'fim do mundo'

FONTE:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5766082-EI8147,00-Equipe+acha+mais+antigo+calendario+maia+e+derruba+fim+do+mundo.html
10 de maio de 2012 • 15h10 • atualizado às 19h03

Imagem divulgada pela  National Geographic  mostra a arqueóloga Angelyn Bass limpando a superfície de uma parede maia no noroeste da Guatemala. Foto: AP

Imagem divulgada pela National Geographic mostra a arqueóloga Angelyn Bass limpando a superfície de uma parede maia no noroeste da Guatemala

Foto: AP



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Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira a descoberta do calendário Maia mais antigo documentado até o momento, que data do século IX, pintado nas paredes de um habitáculo encontrado na cidade de Xultún (Guatemala).


O Mundo acabará em 21/12/2012? Saiba aqui

O calendário documenta ciclos lunares e o que poderiam ser planetários, explicaram em entrevista coletiva os arqueólogos William Saturno, da Universidade de Boston, e David Stuart, da Universidade do Texas-Austin. A descoberta, que será publicada nesta semana pela revista Science, desmonta a teoria dos que preveem o fim do mundo em 2012 baseando-se nos 13 ciclos do calendário Maia, conhecidos como "baktun", já que o sistema possui, na verdade, 17 "baktun".
"Isto significa que há mais períodos que os 13 (conhecidos até agora)", ressaltou Stuart, para quem o conceito foi "manipulado". Ele disse que o calendário Maia continuará com seus ciclos por mais milhões de anos. Os hieróglifos pintados no que poderia ser um templo da megacidade de Xultún, na região guatemalteca de Petén, é vários séculos mais antigo que os Códices Maias escritos em livros de papel de crosta de árvore do período Pós-clássico tardio.
Os especialistas destacam que há glifos e símbolos que, segundo Stuart, só aparecem em um lugar: o Códice de Dresden, que os maias escreveram muitos séculos mais tarde" e que se acredita ser do ano 1.250. "Nunca tínhamos visto nada igual", assinalou Stuart, professor de Arte e Escritura Mesoamericana, encarregado de decifrar os glifos. Ele destacou que se trata das primeiras pinturas maias encontradas nas paredes de um habitáculo.
O quarto, segundo os especialistas, faz parte de um complexo residencial maior. Os pesquisadores lamentam que parte do quarto tenha sido danificada por saqueadores, mas foi possível conservar várias figuras humanas pintadas e hieróglifos negros e vermelhos. Em uma delas aparece a figura do rei com penas azuis e glifos perto de seu rosto que, segundo decifraram, significam "Irmão Menor".
A parede contém uma série de cálculos que correspondem ao ciclo lunar, enquanto os hieróglifos da parede norte acreditam que poderiam se relacionar com os ciclos de Marte, Mercúrio e, possivelmente, Vênus. Os autores indicam que o objetivo de elaborar esses calendários, segundo os estudos realizados a partir dos códices maias encontrados previamente, era o de buscar a harmonia entre as mudanças celestes e os rituais sagrados, e acreditam que essas pinturas poderiam ter tido o mesmo fim.
"Pela primeira vez vemos o que podem ser registros autênticos de um escrivão, cujo trabalho consistia em ser o encarregado oficial de documentar uma comunidade maia", assinalou Saturno. Em sua opinião, parece que as paredes teriam sido utilizadas como se fossem um quadro-negro para resolver problemas matemáticos.
De acordo com os cientistas, poderia se tratar de um lugar onde se reuniam astrônomos, sacerdotes encarregados do calendário e algum tipo de autoridade, pela riqueza na decoração das pinturas nas paredes, que também utilizaram para fazer suas anotações.
A pesquisa continua aberta para determinar que tipo de quarto se trata, se era uma casa ou um habitáculo de trabalho e se era utilizado por uma ou várias pessoas. "Ainda nos resta explorar 99,9% de Xultún", lembrou Saturno, que afirmou que a grande cidade maia descoberta em 1915 proporcionará novas descobertas nas décadas vindouras.

VEJA  AS FOTOS ABAIXO:
Pesquisadores descobriram aquele quer seria o mais antigo calendário maia, com 1,2 mil anos. Detalhe do calendário mostra datas em escritos sobre a Lua (em 1.195.740 dias), Sol (361.640 dias), e possivelmente Vênus (2.448.420 dias) e Marte (1.765.140 dias). As datas vão a quase 7 mil anos no futuro  Foto: AP

Pesquisadores descobriram aquele quer seria o mais antigo calendário maia, com 1,2 mil anos. Detalhe do calendário mostra datas em escritos sobre a Lua (em "1.195.740 dias"), Sol ("361.640 dias"), e possivelmente Vênus ("2.448.420 dias") e Marte ("1.765.140 dias"). As datas vão a quase 7 mil anos no futuro
Segundo os cientistas, o calendário tem 17 baktun, o que derrubaria a teoria do fim do mundo em 2012  Foto: AP

Segundo os cientistas, o calendário tem 17 "baktun", o que derrubaria a teoria do fim do mundo em 2012
A hipótese de que os maias previram o fim do mundo para este ano se baseia em uma ideia de que o calendário maia só teria 13 ciclos - e eles acabariam justamente em 2012. <a href=http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5766082-EI8147,00-Equipe+acha+mais+antigo+calendario+maia+e+derruba+fim+do+mundo.html>Leia mais</a>  Foto: AP
A hipótese de que os maias previram o fim do mundo para este ano se baseia em uma ideia de que o calendário maia só teria 13 ciclos - e eles acabariam justamente em 2012.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Provando que a Bí­blia é Repulsiva





O Jesus que era chamado Cristo "O Ungido

Pretendo fazer a tradução de um grande texto da pesquisadora Barbara G. Walker do qual gostei muito. Não é uma tarefa pequena, porém acho valioso e útil, para que as pessoas possam ler e desfrutar em português. Não sou tradutor profissinal, mas vou fazer o melhor possível.
Veja o original em http://www.skepticfiles.org/mys3/christ.htm

" O Jesus que era chamado Cristo, "Ungido", tomou seu título dos deuses salvadores do oriente médio Adonis e Tammuz, nascidos da virgem deusa do mar Aphrodite-Maria (Myrrha) ou Ishtar-Mari (em Hebraico Mariamne). Há versões mais antigas na bíblia do mesmo herói como Josué filho de Nun (Exodo 33:11), Jehu filho de Nimshi o qual foi ungindo por Elias como um rei sagrado (Reis 1 19:16) e Yeshua filho de Morah; O Livro de Enoch disse no século 2 A.C. que Yeshua ou Jesus era o nome secreto dado por Deus para o Filho do Homem (um título Persa) e que esse nome significa "Javé salva".

No norte de Israel o nome era escrito Ieu. Era o mesmo que Ieud ou Jeud, o "filho único" vestido em roupas de rei e sacrificado pelo deus-rei Isra-El. As versões gregas do mesmo nome são Iasion, Jason ou Iasus - o nome de um dos consortes sacrificados de Demeter, morto pelo Pai Zeus após o ritual de fertilidade no qual ele copulou com sua mãe. Iasus significa o curandeiro Therapeuta, que é como os gregos chamavam os Essênios, cujo grupo de culto sempre incluía um homem com o título de Cristo. O significado literal do nome era "curandeiro homem da lua", encainxando com a versão Hebraica de Jesus como o filho de Maria, a almah ou "donzela da lua".

Parece que Jesus não foi uma pessoa, mas um composto de muitos. Ele fez o papel do rei sagrado dos judeus que periodicamente morria em uma cerimônia de expiação como substituto do rei verdadeiro. As religiões semiticas praticavam imolações humanas há mais tempo que outras religiões, sacrificando crianças e adultos para satisfazer deuses sanguinários. Apesar da proibição imposta pelo imperador Adriano de se fazer estas oferendas homicidas, elas foram mantidas em certos rituais clandestinos. Os sacerdotes do Deus Judeu insistiam que 'um homem deve morrer pelo seu povo, para que uma nação inteira não pereça' (João 11:50). Javé não perdoava pecados sem derramamento de sangue '... sem derramamento de sangue não há remissão' (Hebreus 9:22).

Tradições do oriente-médio apresentam uma longa história de salvadores imolados e canibalizados, voltando até a pré-história. Inicialmente como reis, eles se tornavam então substitutos do rei ou reis 'sagrados' conforme o poder das monarquias aumentava. O Jesus dos evangelhos certamente não foi o primeiro deles, e ele pode ter sido um dos últimos. Uma passagem mostra o medo do homem santo de tal existencia condenada: 'Quando Jesus percebeu que eles viriam tomá-lo a força para fazê-lo um rei, ele partiu para a montanha sozinho' (João 6:15).

Este Jesus teve pouca ou nenhuma importância para seus contemporâneos. Nenhuma pessoa alfabetizada de sua época menciona ele em livro algum. Os evangelhos não foram escritos na época dele, e nem foram escritos por alguém que tenha visto ele em carne e osso. Os livros foram escritos após a criação da Igreja, alguns já tão tarde como no segundo século D.C. ou depois, de acordo com os requisitos da Igreja para uma tradição fabricada. A maioria dos estudiosos acreditam que o livro mais antigo do Novo Testamento é 1 Tessalonicenses, escrito pro volta de 51 D.C. por Paulo, que nunca viu Jesus pessoalmente e não sabia de nenhum detalhe da história da sua vida.

Os detalhes foram se acumulando através de adoções posteriores de mitos relacionados a cada deus-salvador encontrado no império Romano. Como Adonis, Jesus nasceu de uma donzela consagrada do templo na caverna sagrada de Belém, 'A Casa do Pão'. Ele foi comido em forma de pão como Adonis, Osiris, Dionysus e outros; ele se chamava de pão de Deus (João 6:33). Como os adeptos de Osiris, os de Jesus faziam-no parte de si mesmos ao comê-lo, para assim participar na sua ressureição: 'Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.' (João 6, 56).

Como Attis, Jesus foi sacrificado no equinócio da primavera e voltou da morte no terceiro dia, quando ele se tornou Deus e ascendeu ao céu. Como Orfeu e Heracles, ele atravessou o inferno e trouxe o segredo da vida eterna, prometendo levar todos os homesn com ele para a glória (João 12:32). Como Mitra e os outros deuses solares, ele celebrou o nascimento nove meses depois no solstício de inverno (hemisfério norte), pois o dia de sua morte era também o dia da sua re-concepção cíclica.

Dos deuses antigos Jesus adquiriu não só o título de Cristo mas todos os outros títulos também. Osiris e Tammus eram chamados Bom Pastor. Serapis era Senhor da Morte e Rei da Glória. Mitra e Heracles eram Luz do Mundo, Sol da Retidão, Helios o Sol Nascente. Dionysus O Rei dos Reis, Deus dos Deuses. Hermes era o Iluminado e o Logos. Vishnu e Mitra eram Filho do Homem e Messias. Adonis era O Senhor e o Noivo. Mot-Aleyin era o Cordeiro de Deus. Salvador se aplicava a todos eles.

Cultos de mistérios em todo o império ensinavam que homens comuns podiam ser possuídos pelo espírito desses deuses, e se identificar com eles como 'filho' ou alter-ego, como Jesus o era. Era a maneira geralmente aceitável de se adquirir poderes supernaturais, como demonstrado pelos encantamentos usados pelos magos: 'O que eu digo deve acontecer...Pois tomei para mim o poder de Abraão, Isac, Jacó e o grande deus-demônio Ablanathanalba... pois eu sou o Filho, eu ultrapasso o limite, eu sou aquele que está no sétimo céu, que está nos sete santuários; eu sou o filho do Deus vivo...eu fui unido com minha forma sagrada. Eu recebi o poder pelo teu nome sagrado. Eu recebi a Efluência da bondade, Senhor, Deus dos deuses, Rei,... tendo recebido a natureza semelhante à de Deus.'

O cético Celsus notou que pedintes e vagabundos em todo o império estavam fingindo que realizavam milagres e se tornavam deuses, exbravejando, profetizando o fim do mundo e aspirando o status de salvador:

Cada um com o conviniente e costumaz jogo: 'Eu sou deus' ou 'O filho de Deus', ou ' um espírito divino', e 'Eu vim. Pois o mundo está para ser destruído, e vocês, homens, por causa da sua injustiça, irão com ele. Mas eu quero salvá-los, e vocês me virão voltar com com poderes divinos. Bendito daquele que me adora agora! Aos outros, tanto nas cidades quanto nos campos, eu deverei jogar ao fogo eterno. E os homens que agora ignoram suas punições deverão arrepender-se em vão e gemer, mas aqueles que acreditarem em mim eu os manterei imortais.
Certamente esta doutrina 'conspicuamente falsa' era também a mensagem central dos evangelhos. A escatologia Persa passando pelo filtro Judeu-Essênico previa 'O filho do Homem vindo em uma nuvem com poder e grande glória' (Lucas 9:27, 21:27). Jesus prometeu o fim do mundo na sua própria geração. O resto do material dos Evangelhos era em sua maioria dedicado aos milagres objetivando a demonstração do seu poder divino, já que religiões geralmente 'alegam revelações, aparições, profecias, milagres, prodígios e mistérios sagrados para que elas sejam valorizadas e aceitas'. Até esses milagres eram derivados de outras religiões.

Transformar água em vinho em Canaã foi copiado de um ritual de Dionysus praticado em Sidon e outros lugares. Em Alexandria o mesmo milagre Dionysiano era regularmente mostrado para as massas de fiéis, através de um invento criado por um esperto engenheiro chamado Heron.
Invento de Heron para o truque de transformar água em vinho

Centenas de anos antes, sacerdotisas em Nineveh curavam os cegos com saliva e a estória era repetida em nome de vários deuses diferentes e suas incarnações. Demeter de Eleusis multiplicava pães e peixes no papel de Senhora da Terra e do Mar. Curar os doentes, levantar os mortos, tirar o demônio do corpo, manejar serpentes venenosas (Marcos 16:18), etc, eram coisas tão comuns que Celsus desprezava estes 'milagres' cristãos como 'nada mais que os truques comuns dos encantadores que, por algumas poucas moedas (oboli) criam grandes feitos no centro do Fórum... os magos do Egito tiravam os maus espíritos, curavam doenças com um sopro, e assim influenciavam os homens sem cultura, nos quais eles produziam quaisquer visões e sons assim que eles quisessem. Mas só por causa dessas coisas, devemos considerá-los Filhos de Deus?'

Os magos sempre afirmaram que suas orações poderiam atrair bandos de seres sobrenaturais para auxiliá-los. Assim Jesus declarou que suas orações poderiam atrair doze legiões (72.000) anjos da guarda (Mateus 26:53). Os magos também comunhavam com seus seguidores com os sacramentos-padrão dos cultos-de-mistérios, o sacramento do pão-carne e o do vinho-sangue. Em textos de magia, 'o deus-mágico dá seu próprio corpo e sangue a um recipiente que ao comê-lo se une a ele no amor.'

A habilidade de andar sobre a água era afirmada pelos homens santos do oriente desde quando os monjes Budistas reconheciam esta como sendo a marca do verdadeiro asceta. Os Papiros Mágicos diziam que quase qualquer pessoa poderia andar sobre a água com a ajuda de 'um demônio poderoso'. Impossibilidades sempre foram as ferramentas da credulidade religiosa, como Tertuliano adimitiu: 'É crível porquê é absurdo, é certo porquê é impossível'.

Porém milagres repetidos não são tão críveis quanto os originais. Portanto os primeiros cristãos insistiam que todas as divindades mais antigas e suas histórias milagrosas eram invenções do diabo, pois como ele anteriormente já sabia da religião verdadeira, criou estórias de modo que os crentes ficariam confusos sabendo de 'imitações passadas'. Pensadores pagãos contra-argumentavam com a observação de que 'a religião cristã não contém nada além do que aquilo que os cristãos tenham semelhante ao pagão, nada de novo, nada realmente grandioso'. Até mesmo Santo Agostinho, achando a hipótese das invenções do diabo difícil de engolir, adimitiu que a 'verdadeira religião' já era conhecida pelos antigos, e que tinha existido desde o começo dos tempos, mas passou a ser chamada cristã depois que 'Cristo veio em carne'.

Contudo os aderentes da verdadeira religião discordavam violentamente em relação às circunstâncias da sua criação. Nos primeiros séculos D.C. havia muitas seitas cristãs mutuamente hostis, e muitos evangelhos contraditórios. Até já tardiamente no ano 450 o bispo Teodoro de Cyrrhus disse que havia pelo menos 200 evangelhos reverenciados pelas igrejas de sua própria diocese, até que ele destruiu todos exceto os quatro aprovados como canônicos. Os outros evangelhos foram perdidos conforme seitas mais fortes venciam as mais fracas, destruiam suas igrejas, matavam os crentes e queimavam seus livros.

Um Escritura, jogada fora dos canônicos, dizia que Jesus não tinha sido crucificado. Simão de Cyrena sofreu na cruz em seu lugar, enquanto Jesus estava ao seu lado rindo da cara dos carrascos dizendo: 'foi outro que bebeu o fel e o vinagre; não fui eu... foi outro, Simão, que carregou a cruz nos ombros. Foi outro em que colocaram a coroa de espinhos. Mas eu me regojizava na colina... e ria da sua ignorância'. Os crentes nessa Escritura foram preseguidos e forçados a assinar uma renúncia na qual se lia: 'Eu anatematizo aqueles que dizem que Nosso Senhor sofreu só em aparência, e que havia um homem na cruz e um outro a distância que ria.'

Alguns cristãos interpretaram o 'noli me tangere' de Jesus (não me toques) como se ele tivesse voltado da morte como um espírito incorpóreo, da maneira de outros heróis apoteóticos, como o herói irlandês Laegaire, que também disse ao seu povo que não o tocasse. Mais tarde, em um evangelho desconhecido, o escritor inseriu a estória do Tomás que duvidou, que insistiu em tocar Jesus. Isso serviu para combater a idéia herética de que não havia ressureição da carne, e também para subordinar o deus municipal de Jerusalém Tammuz ao novo salvador.

Na verdade uma das mais prováveis fontes da mitologia primária do cristianismo era o culto de Tammuz em Jerusalém. Como Tammuz, Jesus era o Noivo da Filha de Sião (João 12:15). Portanto sua noiva era Anath, 'Virgem Sabedoria Habiante de Sião', que era também a Mãe de Deus. A pomba dela desceu sobre ele no dia do seu batismo, significando (na antiga religião) que ela o escolheu para o amor-morte; Anath quebrou o cetro de junco de seu noivo, o flagelou e o furou para fruir seu sangue. Ela pronunciou sua maldição de morte, Maranatha (1 Corintíos 16:22). Assim como os evangelhos falam de Jesus, o noivo de Anath foi 'abandonado' por El, seu pai divino. Jesus chorou para El, 'meu Deus, Deus, porquê tu me abandonastes?' parece que foi uma frase escrita para o segundo ato do drama sagrado, o pathos ou Paixão (Marcos 15:34).

Certamente esta Paixão era originalmente sexual. As últimas palavras de Jesus 'está feito' vem de 'consummatum est', que seria melhor traduzido como 'está consumado', isto era interpretado como um sinal de que ele estava morto, mas poderia igualmente se aplicar ao seu casamento (João 19:30).

Como a cruz ou pilar representava o falo divino, o templo representava o corpo da Deusa, cujo 'véu' (hímem) era 'rasgado ao meio' conforme Jesus passava para a morte (Lucas 23:45). Conforme era comum nos mitos, quando um deus passava para o submundo o sol entrava em eclipse (Lucas 23:44).

Na ignorância de fenômenos astronômicos, os cristãos afirmaram que a lua estava cheia ao mesmo tempo - a Páscoa ainda é um festival de lua cheia - apesar de um eclipse do sol só ocorrer com o lado escuro da lua. A lua cheia significa a fecundação da Deusa.

A partição da roupa de Jesus se refere ao desenrolamento de Osiris quando ele surgiu da tumba como o itifálico Min, 'Marido de sua Mãe'. Se Jesus era um só com seu pai divino, então ele também casou com sua mãe e produziu a si mesmo. Uma Escritura do 4° século dizia que no mundo dos mortos ele confrontou sua mãe como a Morte, Mu. Ela era também a Noiva disfarçada de Vênus, a estrela do anoitecer, presidindo sobre a morte do sol. 'Venha. Oh amigo, daremos as boas-vindas à Noiva' (cerimônia judia que precede o Sabath).

Como os pagãos, os primeiro cristão identificavam a Noiva com a Mãe. Eles diziam que Jesus 'consumou na cruz' a sua união com a Maria-Ecclesia, sua noiva a Igreja. Augustinho escreveu: 'Como um noivo Cristo saiu de sua câmara, como um presságio de suas núpcias... Ele veio até a cama nupcial da cruz e lá, montado sobre ela, ele consumou seu casamento..., ele amavelmente se deu ao tormento no lugar da sua noiva, e ele se juntou à mulher para sempre.' João 19:41 diz, ' No lugar onde ele foi crucificado havia um jardim; e no jardim um novo sepulcro, no qual nenhum homem jamais deitou.' Um jardim era o símbolo convencional para o corpo da mãe/noiva na época; e uma nova tumba era o útero virgem, onde o deus iria nascer de novo. No terceiro dia, Jesus saiu da tumba como Attis, cuja ressurreição era a Hilaria, ou dia de Alegria. O dia de ressurreição de Jesus recebeu o nome (nas línguas anglo-saxônicas) de Eostre (Easter), a mesma deusa que Astarte, a qual os Sírius chamavam Mãe Mari.

Três incarnações de Mari, ou Mary, ficaram aos pés da cruz de Jesus, como as Moerae da Grécia. Uma foi sua mãe virgem. A segunda era sua 'mui amada' Maria Madalena. A terceira Maria deve ter sido a representação de Crone, para ser semelhante às três Norns aos pés da árvore sacrificial de Odin. As Fates estavam presentes nos sacrifícios ordenados pelos Pais Celestiais, cujas vítimas eram penduradas em árvores ou pilares 'entre a Terra e o Céu'. Até os tempos de Adriano, vítimas oferecidas a Zeus em Salamis eram ungidas com os unguentos sagrados - tornando-se assim 'Os Ungidos' ou 'Cristos'. - e então pendurados e esfaqueados na lateral com uma lança. Nada no mito de Jesus ocorreu por acaso, cada detalhe era parte de uma tradição formal de sacrifício, até na 'procissão das palmas' que glorificava reis sagrados na antiga Babilônia.

Tradições do oriente também foram utilizadas. O império romano conhecia bem os ensinamentos e dos mitos do Budismo. Imagens de Buda em estilo grego clássico foram feitas no Paquistão e Afeganistão no primeiro século D.C. Idéias budistas como 'as pegadas de Buda' apareceram entre cristãos. O bispo Sulpicus de Jerusalém disse que, como na India, 'na poeira onde Cristo andou, as marcas dos seus passos ainda podem ser vistas, e a terra ainda tem a impressão dos seus pés'. Metáforas do budismo e frases também aparecem nos evangelhos. A forma de chamar Jesus 'Querido Amado' era a forma convencional para as divindades tântricas endereçarem seus ensinamentos para as Devi, suas Deusas.

O esforço dos estudiosos de eliminar paganismo dos evangelhos de maneira a encontrar o Jesus histórico se provaram sem esperanças, como procurar caroço em uma cebola. Como uma miragem, a figura de Jesus parece clara à distância, porém falta solidez quando se aproxima. Os 'Seus dizeres' e parábolas vem de outros lugares; os 'milagres Dele' eram estórias re-contadas. Até o Pai-Nosso é uma coleção de dizeres do Talmud, muitas derivadas de antigas orações a Osiris. O Sermão da Montanha, algumas vezes dita de conter a essência do cristianismo, não possui nada original; foi feita com fragmentos dos Salmos, Eclesiastes, Isaías, Segredos de Enoch e o Shemone Esreh. Além disso sermão era desconhecido pelo autor do mais antigo evangelho, o pseudo-Marcos.

A descoberta de que os Evangelhos foram forjados, centenas de anos depois dos eventos que ele descrevem, ainda não é fato amplamente conhecido, mesmo que a Enciclopedia Católica admita, 'A idéia de um cânon completo e claramente executado do Novo Testamento existindo desde o início... não tem fundação histórica.' Nenhum manuscrito pode ser datado antes do 4° século D.C., muitos foram escritos até depois. Os mais velhos manuscritos contradizem-se, da mesma maneira que o canon atual de Evangelhos sinópticos.

A igreja deve seu cânon ao professor gnóstico Marcion, quem primero colecionou as epístolas Paulinas ao redor do 2° século. Depois ele foi excomungado como herético porque ele negou que as Escrituras eram alegorias místicas cheias de palavras mágicas de poder. As epístolas que ele colecionou já tinham cem anos de idade, isto é, se elas realmente foram escritas por Paulo; muito do material nelas foi inventado ou foi feito com interpolações forjadas.

A figura mais 'histórica' dos evangelhos é Pôncio Pilates, a quem Jesus fora apresentado como 'rei' dos judeus e simultâneamente como criminoso merecedor de pena de morte por blasfêmea porque ele chamava a si mesmo de Cristo, Filho do Bendito (Lucas 23:3, Marcos 14:61-64). Este crime alegado não era um crime real. Províncias do leste eram cheias de Cristos auto-intitulados e Messias, se chamando de Filhos de Deus e anunciando o fim do mundo. Nenhum deles fora executado por blasfêmea. O começo da estória provavelmente está na tradição de sacrifício de rei-sagrado que existia em Jerusalem muito antes da administração de Pilates, quando Roma estava tentando desencorajar estes barbarismos.

De 103 a 76 A.C. Jerusalem fora governada por Alexandre Janneaus, chamado de Aeon, o qual defendia seu trono lutando contra desfiadores. Em um ano, no Dia de Expiação, o seu povo o atacou no altar, sacudindo folhas de palmas significando que ele deveria morrer pela fertilidade da terra. Alexandre declinou a honra e instituiu uma perseguição dos sujeitos desafiadores que ele havia vencido. Um outro rei de Jerusalem tomou o nome de Menelau, 'Rei-Lua', e praticava o ritual sagrado de casamento no seu templo. Herodes também fez um casamento sagrado, e fez com que João Batista fosse morto como um substituto de si mesmo.

Se existiu um culto de Jesus em Jerusalem após 30D.C., ele desapareceu completamente quarenta anos depois quando Tacitus conquistou a cidade e proibiu vários costumes locais como o sacrifício humano. Jerusalem foi totalmente romanizada na época de Adriano. Ela foi re-batizada como Aelia Capitolina e rededicada à Deusa. O templo se tornou um santuário de Vênus. Tacitus descreveu o sítio de Jerusalem, mas seus escritos foram abruptamente cortados no momento em que as forças romanas entraram na cidade - como se os capítulos finais tivessem sido deliberadamente destruídos - de maneira que ninguém sabe o quê os romanos encontraram lá. Porém os romanos expressaram desaprovação aos sacramentos canibalísticos dos judeus e cristãos. Porfírio chamou de 'absurdo além de todo absurdo, e bestial além de toda sorte de bestialidade, que um homem comesse carne humana e bebesse o sangue de homens de seu mesmo genus e espécie, e ao fazer isso teria vida eterna'.

Do ponto de vista dos cristãos, um Jesus histórico real era essencial para a premissa básica da fé: a possibilidade de imortalidade através da identificação com a sua própria morte e ressurreição. Welhausen corretamente afirmou que Jesus não teria lugar na história a não ser que ele morresse e retornasse exatamente como os Evangelhos dizem. 'Se Cristo não tivesse levantado, a sua fé seria em vão' (Coríntios 15:17). Ainda assim, apesar de séculos de pesquisa, nenhum Jesus histórico veio à luz. Parece que a estória dele foi somente coberta de mitos; ela é mítica até o caroço.

Como todos os mitos, ele revela muito sobre a psicologia coletiva que o criou. Nas religiões pagãs anteriores, a Mãe e o Filho periodicamente depunham o Pai de seu trono celeste. O filho divino do cristianismo não estava mais desafiando o rei dos céus, mas estava se deixando domar e se submetendo à sua ordem fatal: 'Não a minha vontade, mas a tua, será feita' (Lucas 22:42). Em algumas seitas iniciais dizia-se que o Pai que pedisse o sangue do seu filho era cruel, até demoníaco. Estas seitas foram suprimidas, porém estudiosos discerniram no cristianismo 'uma atitude original de hostilidade em relação à figura paterna, a qual fora modificada nos dois primeiros séculos em uma atitude de docilidade passiva masoquista.

Se o cristianismo ortodoxo demandava subordinação do Filho, ele era ainda mais determinado em subordinar a Mãe. O Jesus do Evangelho mostrou pouco respeito pela sua mãe, o que dificultou em seu Renascimento os esforços de atrais mulheres para o culto de Maria. 'Qualquer herói que fala com sua mãe somente duas vezes, e em ambas ocasiões a chama simplesmente "Mulher", é uma figura difícil para os biógrafos sentimentais.' Junto com a oposição de Jesus ao casamento e a família (Mateus 22:30, Lucas 14:26), e ao mesmo tempo considerado-os os principais interesses da mulher, há uma tendência sexista no Novo Testamento que enojava as mulheres educadas da antiguidade.

Mas o Jesus que emulou Buda ao advogar pela pobreza e humildade eventualmente se tornou a principal figura mítica de uma das mais preeminentes organizações fazedoras de dinheiro do mundo. O cínico Papa Leão X exclamou: 'Que lucros não nos trouxeram essa fábula de Cristo!'.

Teólogos modernos tendem a deixar de lado a questão de se Jesus foi de fato uma fábula ou uma pessoa de verdade. Haja vista a completa falta de evidência física, e da natureza dúbia da evidência circunstancial, parece que o cristianismo é baseado no fenômeno universal da credulidade:
Uma idéia pode ganhar e reter a áurea de verdade essencial através do contar e recontar. Esse processo doa uma amável noção com mais veracidade que uma biblioteca de fatos... Documentação tem apenas um pequeno papel em contraste com o ato de re-confirmação de cada geração de estudiosos. Além disso, quanto mais longe da época em questão, maior é a força da convicção. A incredulidade inicial é logo convertida em crença na probabilidade e eventualmente em garantia presunçosa. "


                                                       

Flavius Josephus



Flavius Josephus, Historiador Judeu (37- 95 D.C.)
O post de hoje é uma tradução de um trecho do livro: 
"The Christ Conspiracy" de Acharya S, páginas 50 e 51.

"Flavius Josephus é o mais famoso historiador judeu, especialmente porque ele escreveu durante o primeiro século. O pai dele, Matthias, foi um reputável e estudioso membro de uma família sacerdotal , e viveu em Jerusalém contemporâneamente com Pilates. Certamente ele teria contado ao seu filho historiador sobre os bizarros e gloriosos fatos descritos nos evangelhos, se eles tivessem ocorrido há apenas alguns anos antes. O próprio Josephus foi nomeado para a Galilea durante A Guerra dos Judeus e esteve em Roma ao mesmo tempo em que Paulo supostamente estava incorrendo na ira das autoridades sobre si e sua comunidade de Cristãos. No entanto, em todos os trabalhos de Josephus, que constituem vários volumes com muitos detalhes sobre centenas de anos de história, não há nenhuma menção a Paulo ou os Cristãos, e há apenas dois pequenos parágrafos que parecem se referir a Jesus. Apesar de muito ter sido falado sobre essas "referências", elas têm sido descartadas tanto por pesquisadores quanto por apologistas Cristãos como falsificações, como também o foram as referências a João Batista e Tiago , "irmão de Jesus". Não menos do que uma autoridade, o Bispo Warburton de Gloucester (1698-1779) rotulou a interpolação de Josephus sobre Jesus "uma falsificação viçosa, e muito idiota também". Sobre Josephus e esta falsificação idiota, Wheless diz:
O fato é que, com excessão desta incongruente passagem forjada, seção 3, o promovedor-de-milagres Josephus não faz nem a menor menção do seu coterrâneo fazedor de milagres Jesus o Cristo - porém faz de vários Josués e Jesuses - e nem faz tampouco nenhum relato dos milagres de Jesus... A primeira menção já feita dessa passagem e o seu texto foi na História Eclesiástica, daquele "escritor muito desonesto", Bispo Eusébio, no século quarto... D. C. até a [Enciclopédia Católica] admite... que a passagem citada acima não era conhecida de Origenes nem dos outros escritores patrísticos anteriores.
Wheles, um advogado, e Taylor, um ministro, concordam com vários outros, incluindo apologistas cristãos como o dr. Lardner, que foi o próprio Eusébio que forjou as passagens no livro de Josephus. De qualquer maneira as passagens são fraudulentas, deixando seus longos escritos sem a estória de Jesus Cristo. Sobre esse vazio, Waite pergunta:

...porquê Josephus não faz nenhuma menção ao Jesus chamado Cristo? ...É verdade que Josephus não era contemporâneo de Jesus, já que ele havia sido crucificado na época que se supõe. Mas durante a administração de Josephus na Galiléia, a terra devia estar cheia de tradições sobre o Galileu Crucificado. Mas só havia passado uma geração e a fama de Jesus se espalhando por outros países, não teria se espalhado também na Galiléia? Paulo foi contemporâneo de Josephus, e nas suas viagens, se é que se pode confiar nos Atos dos Apóstolos, dele deve ter cruzado o caminho do pregador judeu e magistrado mais de uma vez.

Assim Josephus está em silêncio a respeito de Jesus e do Cristianismo.

                                                                         

Mitra filho do deus Aura-Mazda X Jesus


Data: 1.400 A.C.

A vida de Mitra (Mithra) - Mitologia:
- nasceu de uma virgem em uma caverna no dia 25/Dez, foi visitado por pastores que traziam presentes
- foi considerado um grande mestre e professor viajante
- tinha 12 acompanhantes ou discípulos
- prometeu a irmortalidade para seus seguidores
- realizou milagres
- sendo o "grande touro do Sol" se sacrificou pela paz mundial
- foi enterrado numa tumba e ressucitou 3 dias depois
- sua ressureição é festejada anualmente
- era considerado o "Bom Pastor" e identificado com o carneiro e o leão
- era considerado o “Caminho, a Verdade e a Luz,” e o “Logos” [Palavra], “Redentor,” “Salvador” e “Messias.”
- seu dia sagrado era o domingo, centenas de anos antes da aparição de Cristo
- tinha um festival no dia da Páscoa
- realizou uma última ceia e disse "Aquele que não comer do meu corpo e beber do meu sangue e se tornar um só comigo, não será salvo
- seu sacrifício anual é considerado a "passagem dos magos" e é uma passagem simbólica de renovação moral e física

O Vaticano também copiou da religião de Mitra a estrutura papal.

É muito interessante notar que a principal cidade onde se praticava o Mitraísmo era Tarso, a cidade natal do apóstolo Paulo. Isto certamente influenciou Paulo a começar a ter suas visões do "Filho de Deus", iniciar sua pregação e escrever "Epístola aos Romanos", que é o livro mais antigo do Novo Testamento.

Referências:
1- http://www.geocities.com/inquisitive79/godmen.html#mithra
2- "The Jesus Puzzle", de Earl Doherty


                                                                            

16 SALVADORES CRUCIFICADOS


OS DEZESSEIS SALVADORES CRUCIFICADOS
capítulo XVI do livro The World's Sixteen Crucified Saviors
de Kersey Graves [1875] trad. pesquisa - resumo & amp; adaptação: Ligia Cabús
ESQ.: Crucificado irlandês pré-cristão de origem asiática. DIR.: Um crucificado egípcio: a imagem, encontrada em um antigo templo em Kalabche, tal como a irlandesa, é muito anterior à Era Cristã.

A crença na crucificação de Jesus, o Cristo, é um dogma central da Igreja Católica Apostólica romana e de outras Igrejas cristãs [Ortodoxa, Evangélicas]. É uma crença imperativa: está no texto do Credo,  oração que é a declaração de fé dos cristãos seguidores do Vaticano. A crucificação em si é um ponto tão indiscutível quanto a ressurreição. No entanto, há controvérsias; muitos estudiosos põem em dúvida a veracidade histórica da crucificação.
Um dos argumentos mais fortes é falta de documentação histórica sobre um fato que, do ponto de vista contemporâneo, deveria, na época, ter sido, de algum modo registrado, fosse por relato de historiadores, que são mínimos; fosse por registros processuais da burocracia romana. As poucas referências a Jesus, seus seguidores e sua crucificação, são consideradas suspeitas pelos analistas mais céticos. Entre os poucos textos antigos existe um trecho, sempre citado, atribuído ao historiador Flavio Josefo e, mesmo este, tem sua originalidade posta em dúvida.
Outro argumento dos que questionam a veracidade da crucificação e até mesmo a existência do próprio Jesus é o fato do argumento, noético-religioso, ser recorrente na cultura de muitos povos. O crucificado perseguido e/ou injustiçado que voluntariamente se submete ao sacrifício da própria vida pela salvação do mundo, este crucificado é o personagem misterioso de uma história que tem sido contada muito antes da Via Crucis ter sido percorrida na Judéia.
Neste texto, baseado no capitulo XVI do livro de The World's Sixteen Crucified Saviors de Kersey Graves [1875], o autor relaciona 16 casos-histórico-mitológicos de crucificados salvadores do mundo. É um fato conhecido dos estudiosos mas, geralmente, desconhecido do público em geral, em cada contexto cultural, de cada país, de cada religião.
No caso do cristianismo católico [do Vaticano], o dogma da crucificação como um sacrifício inédito e exclusivo de Jesus, foi enfatizado desde os primórdios da Igreja, nas epistolas de São Paulo. Tem sido característica de todas as religiões, especialmente as grandes religiões, a estratégia de persuasão através do medo [da punição divina pelos erros, pecados] e da imposição de dogmas inquestionáveis, dogmas que, por sua imperatividade, ou mesmo por causa dela, contêm algo de mágico.
Acreditar no dogma de uma religião significa rejeitar os dogmas de todas as outras religiões e os líderes das grandes religiões sempre se empenharam em destruir e/ou ocultar quaisquer evidências, referências, conhecimento ou ensinamento relacionados a outras religiões. Porque o atributo da Divindade Suprema deveria ser uma espécie de exclusividade, de ineditismo histórico e de ser [ontológico].
O Cristianismo não fugiu a regra, ao contrário. Os primeiros discípulos da religião nascente ocuparam-se em destruir monumentos representativos da Crucificação de deuses orientais, pagãos, muito anteriores ao Messias judeu.  Por isso a insistência do apóstolo Paulo em proclamar o credo em somente um, somente aquele, Jesus Crucificado.
Entretanto, a memória histórica foi preservada muito antes e muito além dos muros de Roma ou Jerusalém. Para os hindus, o Crucificado é Krishna, oitavo avatar de Vishnu, pessoa da Trindade dos brâmanes. Entre os persas, o Crucificado é Mitra, o Mediador. Os mexicanos esperam, fervorosamente, o retorno do seu Crucificado Quetzocoalt. Entre os caucasianos [no Cáucaso],  o povo canta para o Divino Intercessor, que voluntariamente ofereceu a si mesmo em uma cruz para resgatar os pecados da Raça caída. Ao que tudo indica, muitas vezes, em diferentes épocas e lugares, o Filho de Deus, veio ao mundo, nascido de uma virgem e morreu, em uma cruz, pela salvação do Homem. O indiano Krishna é um dos mais antigos destes Crucificados.

I. A Crucificação de Krishna, Índia — 1.200 a.C.
link relacionado | biografia: Lord Krishna 8º Avatar de Vishnu
Krishna pode ser considerado o mais importante e o mais exaltado personagem entre os Deuses Salvadores da Humanidade que se submeteram a uma existência em condição humana, sujeitos ao sofrimento e à morte em sacrifício que resgata, anula, os pecados dos Homens. enquanto outros Filhos de Deus encarnados tinham sua divindade limitada pela condição humana, Krishna, de acordo com as escrituras hindus, compreendia, em si mesmo, a totalidade de Ser Deus.
As evidências da crucificação de Krishna são tão conclusivas quanto as de outros Salvadores, ou seja, têm seus indicativos históricos, documentais porém, considerados inconclusivos, mantém a saga da Cruz envolta em uma inevitável aura de lenda.
Moore, um escritor e viajante inglês, produziu uma vasta coleção de desenhos/pinturas representativos de esculturas e monumentos hindus, que juntos são denominados o Panteão Hindu.  Uma das peças do acervo mostra uma divindade crucificada, suspensa em uma cruz; é o Deus-Filho de Deus Crucificado Hindu, "Nosso Senhor e Salvador" Krishna. Krishna crucificado tem os pés fixados no madeiro com pregos, inseridos na do mesmo modo como, relatado nos Evangelhos cristãos, aconteceu com Jesus.
Existem várias representações deste Krishna crucificado [British Museum] e pouco comentado no ocidente. Ele aparece na mesma posição de Jesus e não raro é contemplado com um halo de glória que vem do céu. Em algumas figuras, aparecem somente as mãos cravadas. Em outras, somente os pés.  No peito, em algumas destas imagens, destaca-se o coração do mesmo jeito que é feito nas imagens cristãs e, como outros ornamentos simbólicos, são evocados a pomba e a serpente, que também são emblemas cristãos relacionados à divindade [a pomba — o Espírito Santo; a serpente, símbolo complexo da Sabedoria, pode significar a tentação do conhecimento].
Vida — Caráter — Religião & Milagres de Krishna
A história de Krishna-Zeus [porque Krishna também é chamado assim, ou Jeseus, como preferem alguns escritores] está contida, principalmente, no Bagavat Gita [Canto do Senhor], no livro da epopéia Mahabaratha. Este livro, o Bagavat, na Índia, é considerado de inspiração divina, tal como o Bíblia católica. Os sábios hindus afirmam que o Bagavat tem seis mil anos de idade.
Como Jesus, Krishna teve origem humilde, [cresceu entre pastores de vacas] e foi perseguido por inimigos injustos. Entretanto, Krishna parece ter tido mais sucesso na propagação de sua doutrina; foi prestigiado por milhares de seguidores. Realizava milagres: curou leprosos, surdos e mudos, ressuscitou mortos; protegeu os fracos, consolou os tristes, elevou os oprimidos, expulsou e matou demônios. Em seu discurso, o Messias hindu dizia que não pretendia destruir  a antiga religião; antes, devia purificá-la e pregar a doutrina restaurada.
Muitos dos preceitos doutrinários de Krishna reforçam a identidade entre o Filho de Deus hindu e o Messias cristão nascido na Judéia. Abaixo, alguns destes ensinamentos não deixam dúvida: ou Krishna era cristão, ou Jesus era krishnaísta ou ambos são uma única e mesma manifestação do Filho de Deus. São alguns  dos ensinamentos de Krishna:
Aquele que não controla suas paixões não pode agir apropriadamente perante os outros.
O males infligidos aos outros seguem-nos, tal como sobras seguindo nossos corpos.
Os humildes são os amados de Deus.
A virtude sustenta o Espírito assim como os músculos sustentam o corpo.
Quando um pobre bater à sua porta atenda-o, procure fornecer o que ele precisa, porque os pobres são os escolhidos de Deus. [ATENÇÃO: No tempo de Krishna não havia tantos "pobres" golpistas [!]... Meditemos e adaptemos...]
Estenda a mão aos desafortunados.
Não olhe a mulher com desejos impuros.
Evite a inveja, a cobiça, falsidade, mentira, traição, impostura, a blasfêmia, a calúnia e os desejos sexuais.
Sobre todas as coisas, cultive o amor ao próximo.
Quando você morre, deixa para trás e para sempre a riqueza mundana da sua personalidade limitada; mas suas virtudes e seus vícios seguem você. ...
* A lista de preceitos krishnaístas semelhantes à doutrina cristã, especialmente como foi exposta no Sermão da Montanha, alonga-se em em 51 tópicos. 
II. A Crucificação do Buda Sakyamuni —  600 a.C.
Buda, não um nome próprio. Significa "Iluminado". Buda Sakyamuni é um dos Iluminados que viveram na Índia [e possivelmente, um entre os Iluminados que têm vivido no mundo]. Sakyamuni, este sim, é um nome de família que serve para identificar este Buda específico, que viveu nos anos 600 a.C. e que é o mundialmente mais famoso dos Budas, entre Budas indianos e chineses.
A biografia do Buda Sakyamuni é razoavelmente bem documentada mas sua crucificação é uma das mais desconhecidas entre as versões sobre a morte deste Mestre. Porém, existe. O Buda Sakyamuni teria sido condenado pelo ato simples de ter colhido uma flor de um jardim. Mais uma vez, a punição injusta e, novamente, "crucificado", em uma árvore cuja forma remete à cruz, é explicada como um resgate dos erros humanos que somente o próprio deus encarnado poderia oferecer. Ele sofre a punição no lugar dos homens, cumpre seu destino, conforme uma de suas biografias: 
Por misericórdia, ele deixou o Paraíso e desceu à Terra porque estava cheio de compaixão pelos pecados e misérias da raça humana. Ele veio para conduzir os homens por melhores caminhos e tomou seus sofrimentos em si mesmo, pagou por seus crimes e salvou o mundo que, de outra forma, na verdade, não poderia salvar-se por si mesmo. [Prog. Rel. Ideas, vol. i. p. 86.]
O Buda Sakyamuni também desceu ao Inferno e lá ficou durante três dias, ainda redimindo os pecadores, até a sua ressurreição, no terceiro dia. Depois da ressurreição e antes de ascender aos céus [porque nesta versão o Buda não morre, mas retorna ao reino de Deus, a Terra Búdica ou Terra Pura dos orientais], durante este tempo,o mestre Sakyamuni ainda transmitiu ao mundo preciosos ensinamentos no sentido da elevação do espírito humano.
Segundo um escritor: 
O objeto de sua missão era instruir os que se tinham desviado do Caminho e expiar os pecados dos mortais através de seu sofrimento pessoal. Deste modo, alcançaria, para toda a Humanidade, entrada no Paraíso. Ensinou que todos deveriam seguir seus preceitos e orar em seu nome. Seus seguidores se referiam a ele como o Deus de toda a Eternidade e chamavam-no Salvador do Mundo, Senhor de Misericórdia, o Benevolente, Dispensador da Graça, Fonte de Vida, Luz do Mundo, Luz da Verdade..."
Sua mãe [Maya], era pura, pia e devota; jamais teve qualquer pensamento impuro, jamais foi impura em suas palavras e ações. Ela era muito estimada por suas virtudes. [Na composição desta figura mitológica a mãe de Buda Sakyamuni é representada sempre acompanhada por uma comitiva de donzelas]. As árvores inclinavam-se à sua passagem, em meio à floresta; as flores se abriam a cada passo da Mãe de Deus e todos a saudavam como Virgem Santa, Rainha dos Céus [é absolutamente dispensável comentar a semelhança entre as Escrituras hindus e as Escrituras Judaico-Cristãs, até porque as semelhanças não se limitam à figura de Jesus].
Contam as lendas que quando nasceu, o pequeno Sidarta Gautama [futuro Buda Sakyamuni], pôs-se de pé e proclamou: "Eu colocarei um fim aos sofrimentos e dores do mundo". Imediatamente, uma luz brilhou em torno do jovem Messias. O Buda Sakyamuni passou muito tempo em retiro, isolado, e tal como Cristo tentado 40 dias no deserto, também o Iluminado da Índia foi tentado pelo demônio, que lhe ofereceu todas as riquezas, [prazeres] e honras do mundo.
Como mestre Iluminado, aos 28 anos, começou a pregar seu evangelho [difundir sua mensagem] e a curar os doentes. Está escrito que "...os cegos enxergavam, os surdos ouviam, os mudos falavam, os aleijados dançavam, os loucos ficavam sãos; e as pessoas diziam "Ele é a encarnação de Deus". ...Ele proclamou "Minha lei é a Lei da Graça para todos". Sua religião não conhecia raça, sexo, casta nem clero.

O budismo, "fala de igualdade entre os homens, da irmandade que reúne toda a raça humana" [Max Muller]. "Todos os homens, sem distinção de classe social, nascimento ou nação, todos, de acordo com o budismo, partilham do mesmo sofrimento neste vale de lágrimas e todos devem partilhar os sentimentos de amor, auto-domínio, paciência, compaixão, misericórdia" [Dunkar].
Klaproth, [um professor alemão de línguas orientais], diz que o budismo é uma religião orientada para o enobrecimento da raça humana. "É difícil compreender como homens que não foram contemplados pela Revelação puderam alcançar conceitos tão elevados e chegar tão perto da verdade" [M. Leboulay].
Dunkar diz que esse deus oriental "fala de auto-negação, castidade, temperança, controle das paixões, tolerância à injustiça e aceitação da morte sem ódio pelos inimigos, solidariedade para o infortúnio alheio e indiferença ao próprio infortúnio". O missionário Spense Hardy escreveu sobre o budismo: "Existem preceitos especiais contra todo o vício, a hipocrisia, ira, orgulho, cobiça, avareza, maledicência e crueldade com animais. Entre as virtudes recomendadas, destacam-se o respeito aos pais, o cuidado com as crianças, a submissão à autoridade e às provações da vida, a gratidão, a moderação em todas as coisas, a capacidade de perdoar e não responder ao mal com o mal". ...

III. Thamuz, da Síria — 1.160 a.C.
A história deste Salvador está dispersa em fragmentos de vários escritores. Uma versão completa deste personagem é, provavelmente, o relato de Ctesias [400 a.C.], autor de Persika. Também foi crucificado como sacrifício pela expiação dos pecados dos homens. Parkhurst, autor cristão, refere-se a Thamuz como um precedente ao advento de Cristo.  Sobre este Salvador, diz um texto grego: "Tenham fé, vocês, santos, seu Senhor está restaurado; Tenham fé na elevação do Senhor; e pelas dores que Thamuz sofreu nossa salvação foi alcançada".
O Thammuz histórico-mitológico está relacionado entre os deuses sumério-babilônicos regentes do mundo vegetal. Foi parceiro de Ishtar ou Astarté. Segundo a tradição, ele retornou da morte e morre novamente, a cada ano [ENCYCLOPEDIA]. Representa o apogeu e a decadência da vida terrena em seus ciclo natural. Seu culto floresceu não somente na Mesopotâmia, mas também na Síria, Fenícia, Palestina. Thammuz é identificado com o egípcio Osíris e o grego Adonis [HUTCHINSON ENCYCLOPEDIA].
Pesquisadores traçaram uma genealogia de Thammuz; ela está na Bíblia: Noé gerou Ham; Ham gerou Cuch; Cush, legendário fundador do Reino de Babilônia,  gerou Nimrod. A partir daí a história ganha ares de primórdios da civilização. Depois da morte do pai, Cush, Nimrod, teria desposado a própria mãe, Semiramis, uma descendente daqueles que sobreviveram ao dilúvio.

Uma vela para Baal: Casado com a mãe, Nimrod tornou-se um rei poderoso. Semelhante a Osiris, Nimrod foi assassinado e seu corpo, cujas partes retalhadas foram dispersas por todo o reino, foi novamente reunido pela rainha Semíramis. Somente uma parte não foi resgatada: o pênis. A rainha declarou que o rei não mais retornaria ao convívio dos mortais pois havia ascendido à sua morada celestial, o Sol e daí em diante, seria chamado Baal, o deus-Sol. Semiramis proclamou que Baal estaria presente na terra na forma de chama, de toda chama acesa pelos seus devotos, fosse uma lâmpada, fosse uma vela.

Thammuz: Thammuz foi o filho que Semiramis deu à luz depois da morte de Nimrod. Uma versão diz que a concepção foi imaculada; outra, que foi fruto do incesto da rainha com rei e filho Nimrod. De todo modo, a rainha declarou que Thammuz era a reencarnação de Nimrod e que ali estava o Salvador. Porém, logo se estabeleceu um culto à rainha, ela era a Mãe de Deus.
A personagem Thammuz, misteriosa e persistente, atravessou tempo e fronteiras. Na Síria, em torno do ano 1160 a.C., viveu um Thammuz que foi crucificado. sua identidade se perdeu na bruma das Eras porém, tudo indica que foi um grande mestre, conforme os poucos testemunhos escritos, como o tratado de Julius Firmicius, Errore Profanarum Religionum [350 a.C.], onde é mencionado um Deus que "ressuscitou para a salvação do mundo".

Thammuz e os peixes: a palavra Tammuz é considerada composição de duas outras: TAM, significando PERFEITO; e MUZ, relativo a fogo/luz. Portanto LUZ PERFEITA ou LUZ DE PERFEIÇÃO. Muitos escritores antigos encontraram conexão em Tammuz e o arcaico Bacchus Ichthys, ou seja, Baco Pescador. É uma relação curiosa com o cenário dos evangelhos cristãos onde Cristo escolhe seus primeiros apóstolos entre pescadores, onde se refere a Pedro como Pescador de Homens e realiza milagres como a pesca abundante e a multiplicação dos peixes. FONTE COMPLEMENTAR: The Legend of Tammuz IN NEPHELIM-NOT.
IV. Wittoba — Índia, 552 a.C.
Wittoba, Vithoba, Ballaji ou, ainda, Vitthal é outra das encarnações de Vishnu. Freqüentemente identificado com Krishna, controverso, não se sabe ao certo se antecedeu Krishna ou se veio ao mundo depois de Krishna. Na obra Hindu Pantheon, de Moor, podem ser vistas representações de Wittoba com os pés e as mãos marcados pelos cravos e o peito ornado com um coração, figura semelhante às de Jesus onde aparece o sagrado coração. Esse avatar [Wittoba]  possui um templo esplêndido em sua honra situado em Punderpoor, com mais de mil anos de idade, visitado por milhões de peregrinos [TRUTH BE KNOWN].
O texto de Kersey Graves menciona um relato histórico sobre a crucificação desse avatar; segundo Higgins: "Ele é representado com as chagas dos pregos nas mãos e nas solas dos pés. Os cravos ou pregos, mas também martelos, tenazes [pinças] aparecem freqüentemente em seu crucifixo e são objetos de adoração entre seus seguidores.
De acordo com a Wikipedia, Vithoba é a forma coloquial de Vitthala, uma das manifestações de Vishnu [Krishna]. Vithoba de Pandharpur´é, tradicionalmente, uma das mais importantes divindades nos estados indianos de Maharashtra, Karnataka e Andhra Pradesh onde reúne milhões de devotos.

V. Iao — Nepal, 622 a.C.
Sobre a crucificação deste antigo Salvador um relato específico atesta que "...ele foi crucificado em uma árvore, no Nepal". O nome deste deus encarnado do Salvador do Oriente aparece freqüentemente em livros sagrados de outras nações. Alguns supõem que Iao [pronunciado com Jao] é a raiz do nome do deus dos judeus, Jehovah.
VI. Hesus — O Druida Celta, 834 a.C.
Godfrey Higgins [1772-1833] informa que os druidas celtas representam o deus Hesus sendo crucificado ladeado por um cordeiro e um elefante. Esta representação é anterior à Era Cristã. Na simbologia, o elefante [imagem que, de alguma forma deve ter sido importada da Ásia] corresponde à magnitude dos pecados humanos enquanto o cordeiro, de natureza inocente, é a inocência da vítima oferecida a Deus em sacrifício propiciatório. É o "Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo".
* Conta a tradição que Hesus, um druida celta, foi o introdutor da religião e da cultura na Britânia. O relato mitológico informa que Hesus foi crucificado em um carvalho, a árvore da vida,  mas seu espírito sobreviveu e o período de sua glória depois da morte foi chamado de Idade do Ouro. Tal como Jesus, Hesus é Filho de Deus e nasceu de uma virgem chamada Mayence, no século IX a.C... Mayence é representada envolta em luz e usando uma coroa de doze estrelas e tendo aos pés uma serpente. [Audrey Fletcher, 1999].
VII. Quetzalcóatl — A Serpente Emplumada do México, 587 a.C.

A  autoridade histórica em relação à crucificação deste deus mexicano [cultura asteca, tolteca e maia], sua execução sobre uma cruz como sacrifício propiciatório para a remissão dos pecados da raça humana, é um fato explícito, inequívoco, indelével. A evidência é tangível, gravada em aço, em placas de metal. Uma dessas placas tem a representação de Quetzalcóatl [cujo nome significa Serpente Emplumada] sendo crucificado em uma montanha; outra, mostra-o crucificado no céu. O deus mexicano foi pregado em uma cruz.
Mexican Antiquities , [vol. VI, p 166] diz: "Quetzalcóatl está representado em ilustrações do Codex Borgianus pregado na cruz." Algumas vezes, dois ladrões aparecem, crucificados, um de cada lado. Esse Salvador crucificado mexicano, tal como outros personagens histórico-mitológicos, é muito anterior à Era Cristã. No Codex Borgianus, o relato vai além da crucificação; ali estão registrados todos os eventos notáveis da biografia da Serpente Emplumada: a morte, o sepultamento, a descida ao Inferno e a ressurreição no terceiro dia. Outra obra, o Codex Vaticanus, contém a história de seu nascimento imaculado, concebido por sua virgem mãe chamada Chimalman.

A trajetória de Quetzalcóatl  tem outras similitudes com a vida de Jesus, o Cristo do Oriente Médio: os quarenta dias no deserto, o jejum e a tentação, sua purificação no templo, o batismo e a regeneração pela água, sua capacidade de perdoar os pecados humanos, a unção com os óleos/ungüentos aromáticos pouco antes da crucificação etc.. "todas estas coisas e muitas outras mais encontradas nos relatos sagrados sobre esse deus mexicano são mais que curiosas, são misteriosas" [Lord Kingsborough, escritor cristão].

VIII. Quirinus — O Salvador Crucificado Romano , 506 a.C.
A crucificação deste Salvador romano é brevemente noticiada por Higgins e também apresenta muitos paralelos com a biografia do Salvador judeu, não apenas as circunstâncias relacionadas à crucificação mas também outras passagens de sua vida. Como Jesus, Quirinus: 1) Foi concebido por uma virgem; 2) Foi perseguido pelo rei da época e do lugar; 3) Era de sangue real e sua mãe, era irmã do rei [aqui, coincide com a história de Krishna]; 4) Foi injustamente condenado à morte e crucificado; 5) Quando morreu, toda a Terra foi envolta na escuridão, tal como ocorreu na morte de Jesus, Krishna e Prometeu.
* QUIRINUS — In Deuses Solares como Salvadores Expiatórios
Sun Gods as Atoning Saviours — Dr. M. D. Magee, 2001
O deus Quirinus é uma figura que emerge da mitologia em torno da fundação da cidade de Roma e de seus fundadores, os gêmeos Rômulo e Remo. Os irmãos nasceram de Réia Silvia, uma virgem, princesa tornada vestal pelo irmão, o rei Amulius, que temia a disputa pelo trono. Réia Silvia foi fecundada por um deus, Marte. Quando nasceram, Rômulo e Remo, seqüestrados pelo rei,  foram abandonados para morrer, em uma cesta, ao sabor das águas do rio Tibre [semelhante à história de Moisés].
Segundo a lenda foram resgatados por uma loba que os amamentou e criou com a matilha até que foram acolhidos por pastores. Adultos, desentenderam-se na fundação de Roma. As narrativas são confusas mas Rômulo [771 a.C. — 717 a.C.] passou à história como assassino do próprio irmão e fundador definitivo e primeiro rei de Roma. Mais tarde, Rômulo teria morrido de morte injusta, talvez, crucificado; ressuscitado, subiu aos céus e foi divinizado no imaginário popular como Quirinus. A festa dedicada a Quirinus, a Quirinália é no dia 17 de fevereiro.


IX. ÆSCHYLUS — Prometeu Acorrentado... ou Crucificado?  547 a.C.
* Prometeu é um personagem da mitologia grega. Era um Titã, gigante, portanto. Ele roubou o fogo [dos deuses] e transmitiu os segredos da chama aos homens. Sua punição foi ser acorrentado no Cáucaso submisso à tortura de ter seu fígado devorado por uma águia. O fígado se reconstitui e a águia volta a atacar o herói, eternamente. Foi rsgatado deste suplício pelo semideus, filho de Zeus, Héracles ou Hércules. * nota do trad.
Registros de um Prometeu crucificado [e não acorrentado] no Cáucaso [cordilheira, montanhas situadas na Eurásia, fronteira Europa/Ásia, entre os mares Negro e Cáspio] são fornecidos por Sêneca, Hesíodo e outros escritores. Segundo estes relatos, Prometeu teve os braços abertos pregados numa trave de madeira para cumprir seu sacrifício.
A versão mais popular atualmente, fala de um Prometeu acorrentado a uma rocha por 30 anos, é considerada por Higgins como uma fraude cristã. Escreve Higgins: "Eu tenho a referência dos registros que falam de Prometeu pregado a um madeiro, com cravos e martelo. Outro escritor, Southwell, complementa: "Ele expôs a si mesmo à ira de Deus para salvar a raça humana".
No Lempiere's Classical Dictionary, no Anacalypsis, de Higgins e em outras obras podem ser encontradas as seguintes particularidades sobre os momentos finais, a morte, de Prometeu: Toda a Natureza entrou em convulsão. A Terra tremeu, as rochas se abriram, as sepulturas se abriram e todo o Universo pareceu dissolver-se quando "Nosso Senhor e Salvador", Prometeu, ascendeu em Espírito.
Southwell reafirma: "A causa de seu sofrimento foi seu amor pela humanidade" Em sua obra Syntagma, Taylor comenta que toda a história de Prometeu, crucificação, morte, sepultamento e ressurreição era encenada em Atenas cinco séculos antes do advento do Cristo judeu, o que prova a antiguidade do mito.


X. THULIS DO EGITO — 1.700 a.C.
Sobre este Salvador egípcio, também chamado Zulius, escreve Mr.Wilkison: "Sua história é curiosamente ilustrada em esculturas de 1.700 anos a.C.. que são encontrada em pequenas câmaras situadas a oeste do adytium* dos templos, uma área restrita.
[*Aditon (do grego inacessível) ou abaton é o espaço do templo da Antiguidade Clássica só acessível a sacerdotes e utilizado para o culto ou colocação de oferendas .
Em sua sepultura figuram 28 flores de lótus representativas do número de anos que Thulis viveu sobre a Terra. Depois de sofrer morte violenta, ele foi sepultado, ressuscitou e subiu aos céus tornando-se o juiz dos mortos ou das almas no Além. Wilkison acrescenta que Thulis veio do céu trazendo a Graça e a Verdade em benefício da raça humana.
  
XI. INDRA DO TIBET — 725 a.C.
Um relato da crucificação do Deus e Salvador Indra pode ser encontrado em Georgius, Thibetinum Alphabetum, p 230.  A história foi registrada em lâminas nas quais está representada a saga deste Salvador tibetano. À semelhança dos outros, também foi "pregado na cruz". Possui cinco chagas, cinco perfurações. A antiguidade deste mito é indiscutível.
Acontecimentos maravilhosos caracterizam o nascimento do Divino Redentor. Sua mãe, virgem, era de etnia negra assim como ele próprio. Também Indra veio do céu por compaixão e para o céu retornou depois de sua crucificação. Durante sua passagem na Terra, cultivou rigoroso celibato porque a castidade, segundo o mestre, é essencial para alcançar e manter a verdadeira santidade.
Pregou o amor, a ternura para com todos os seres vivos. Ele andava sobre a água e levitava, mantinha-se suspenso no ar; podia prever eventos futuros com grande precisão. Praticava a mais devota contemplação, submetia-se a uma severa disciplina do corpo e da mente, subjugando, deste modo, as paixões, os desejos [segundo o budismo e também o cristianismo, fonte de toda a infelicidade humana]. Indra foi adorado como o Deus que sempre existiu e existe por toda a eternidade e seus  seguidores foram chamados Mestres Celestiais.

XII. ALCESTOS DE EURÍPEDES: UMA MULHER CRUCIFICADA — 600 a.C.
O English Classical Journal [vol. XXXVII] publicou o relato curioso e raro de uma deusa crucificada: Alcestos. De origem grega, sua descoberta é uma novidade na história das religiões e, possivelmente, é o único caso de divindade feminina que resgatou os pecados do mundo morrendo na cruz. Sua doutrina inclui o conceito da Santíssima ou Divina Trindade.
*Entretanto, a tradição desta figura como divindade e sua "crucificação", é duvidosa senão, forçada. Na lenda mais conhecida, Alcestos ou Alceste, uma princesa, oferece a própria vida para prolongar a vida do marido. Perséfone, rainha do Hades, mundo dos mortos grego, comovida com o sacrifício da esposa, concede que ressuscite mais bela do que nunca... [*nota do trad.]


XIII. ATYS DA FRÍGIA — 1.170 a.C.
Este Messias, citado no Anacalypsis, de Higgins, também oferece o sacrifício da própria vida em resgate dos pecados da Humanidade. A frase em latim suspensus lingo, encontrada no relato de sua saga, indica a forma como morreu: suspenso em uma árvore, crucificado. Atys também ressuscitou.

XIV. CRITES DA CALDÉIA — 1.200 a.C.
Nos textos sagrados dos caldeus [Mesopotâmia] existe o relato sobre o Deus Crite, também chamado de Redentor, o "sempre abençoado Filho de Deus", Salvador da Raça, "Aquele que oferece a si mesmo em expiação dos pecados" único sacrifício capaz de aplacar a ira de Deus; e quando Ele morreu, céu e terra foram sacudidos em violentas convulsões.

XV. BALI DE ORISSA — 725 a.C.
Orissa é um estado indiano situado na costa leste daquele país. Também ali é contada a história de um Deus crucificado, conhecido por muitos nomes, sendo um deles, Bali, que significa "Segundo Senhor", em referência à segunda pessoa ou segundo membro da uma Trindade* que constitui o Deus Único. Em Anacalypsis, Higgins informa que monumentos muito antigos, representativos deste Deus crucificado podem ser encontrados entre as ruínas da magnífica cidade de Mahabalipore.
* Essa questão metafísica, das três pessoas "em Deus" é bastante destacada no Hinduísmo [Trimurti: Brahma, Vishnu, Shiva], no Cristianismo Católico [Vaticano: Pai — Filho — Espírito Santo] e na filosofia mais complexa, esotérica, do budismo Tibetano [Oriente] e teosofia [Ociente], Purusha, Prakriti, Fohat. * nota do trad.

XVI. MITRA DA PÉRSIA — 600 a.C.
Este deus persa morreu na cruz para expiar os pecados humanos. A tradição estabelece o dia do nascimento de Mitra em 25 de dezembro. Foi crucificado em uma árvore. O relato, evidentemente,  remete a Cristo e a Krishna.


LEITURA COMPLEMENTAR I
A vida de Mitra (Mithra)

- nasceu de uma virgem em uma caverna no dia 25/Dez, foi visitado por pastores que traziam presentes
- foi considerado um grande mestre e professor viajante
- tinha 12 acompanhantes ou discípulos
- prometeu a imortalidade para seus seguidores
- realizou milagres
- sendo o "grande touro do Sol" se sacrificou pela paz mundial
- foi enterrado numa tumba e ressuscitou 3 dias depois
- sua ressurreição é festejada anualmente
- era considerado o "Bom Pastor" e identificado com o carneiro e o leão
- era considerado o “Caminho, a Verdade e a Luz,” e o “Logos” [Palavra], “Redentor,” “Salvador” e “Messias.”
- seu dia sagrado era o domingo, centenas de anos antes da aparição de Cristo
- tinha um festival no dia da Páscoa
- realizou uma última ceia e disse "Aquele que não comer do meu corpo e beber do meu sangue e se tornar um só comigo, não será salvo
- seu sacrifício anual é considerado a "passagem dos magos" e é uma passagem simbólica de renovação moral e física.



Ixion — Orfeu — Apolônio de Tiana


A lista não acaba em 16 personagens. Existem ainda outros casos: Devatat de Sião, Ixion de Roma, Apolônio de Thiana da Capadócia, também morreram na cruz em circunstâncias messiânicas. Ixion, em 400 a.C., foi crucificado sobre uma roda que, enfim, simbolizou o mundo. Ele sofreu as aflições do mundo, pagou pelos pecados da Humanidade suspenso "em cruz" e por isso foi chamado espírito crucificado do mundo.
Apolônio de Thiana [Tiana, Capadócia-Tu Março de 2 a.C. – Éfeso, 98 d.C.  In WIKIPEDIA] é outro caso de Salvador crucificado cuja biografia a literatura e os historiadores cristãos ignoraram ou censuraram justamente por causa da semelhança de suas vidas e mortes com a vida e morte do Cristo Jesus. Apolônio é uma figura singular entre os Salvadores do mundo porque sua trajetória coincide cronologicamente com o tempo do apostolado de Jesus.
Os escritores cristãos cuidaram de omitir esses fatos e personagens temendo prejuízos na credibilidade do Cristianismo como religião original e única verdadeira. A crucificação de Jesus tornou-se um dogma que o cristianismo toma como exclusivo de sua história, sem precedentes. Entretanto, as origens pagãs do Messias crucificado que foram negadas não puderam ser apagadas.

Uma referência do Mackey's Lexicon of Freemasonary [p. 35] informa que o Maçons ensinavam, secretamente, que a doutrina da crucificação, expiação e ressurreição é muito anterior à Era Cristã. Acontecimentos-rituais semelhantes integravam todos os antigos mistérios — mistérios no sentido de procedimentos religiosos-metafísicos esotéricos, destinados a poucos Iniciados.
A doutrina da salvação pela crucificação é de uma antiguidade que remonta às mais primitivas formas de religião, como a religião astrológica, devotada ao Sol. Nesta religião solar, orientada pelos ciclos da natureza em sua relação com os astros, o mundo era salvo ou resgatado da treva e do frio pela crucificação do Sol ou pelo cruzamento — "crossification" — da órbita solar com a linha do equinócio, na entrada da primavera, trazendo o retorno da luminosidade e do calor, estimulando a geração em todas as coisas vivas. ...
A negação dos Salvadores crucificados pagãos ou, ainda, conceder que suas histórias existem sendo, contudo meras fábulas, é um caminho perigoso para o cristianismo posto que nada impede o raciocínio mais superficial de questionar, do mesmo modo, a crucificação do Cristo Jesus.
De fato, o questionamento da Paixão foi levantado por figuras importantes da Igreja dos primeiros tempos. O bispo Irineu não acreditava na morte de Jesus na cruz e dizia que o Messias judeu tinha vivido até os cinqüenta anos. Alegava o testemunho do mártir Policarpo que, por sua vez, afirmava que sua fonte era o próprio João, o Evangelista.


REFLEXÕES SOBRE A CRUCIFICAÇÃO
A crucificação sempre foi um ponto de dúvida entre muitos dos seguidores do cristianismo primitivo que, tal como muitos judeus e gentios, questionavam a veracidade do fato. Muitos argumentam que a Paixão tem um significado espiritual, um simbolismo para uma vida santa.
Uma circunstância que pesa para fortalecer a suspeita sobre a Crucificação é o relato dos fenômenos naturais que teriam acontecido no momento da morte de Jesus: violenta convulsão da Natureza, ressurreição dos Santos, são eventos que jamais escapariam ao registro dos historiadores da época que, no entanto, não fazem  qualquer menção a estes fatos.
Além disso, toda a doutrina que envolve a trajetória de Jesus na Judéia até sua morte na cruz encerra contradições notáveis até para indivíduos iletrados ou pertencentes a culturas mais simplórias. Por exemplo: um chefe indígena, Red Jacket contestou os missionários que tentavam explicar-lhe os benefícios da Crucificação: "Irmãos, se vocês homens brancos assassinaram o Filho do Grande Espírito, nós, índios, não temos nada com isso, não é assunto nosso. Se Ele tivesse estado entre nós, índios, nós não o mataríamos. Nós o trataríamos bem. São vocês que devem reparar seus próprios crimes".
Esta visão, de um pagão iletrado, pode ser mais sensível e racional do que o entendimento dos cristãos ortodoxos ou fundamentalistas, que consideram a Crucificação um ato meritório e moralmente necessário. Este mérito e esta necessidade da crucificação implica, por via de dedução, em uma reavaliação do papel de Judas, posto que a traição foi também necessária. Judas teria, então, mérito na Salvação porque sem o seu gesto, que o próprio evangelho justifica dizendo que "o demônio entrou nele" [Judas], sem a traição, não haveria crucificação e, por conseguinte não haveria a expiação da carga de pecados do mundo; não haveria a Salvação. É um desafio para o cristianismo rebater tais argumentos.
Se os habitantes da Terra precisam da morte injusta e violenta de um ser divino para a expiação de seus erros pode-se presumir que nos possíveis milhões de outros mundos habitados do Universo, em boa parte deles, outras Humanidades também devem ser periodicamente necessitadas desta dramática interferência divina para purificar suas anima mundi dos crimes de coletividades de seres vivos autoconscientes e inteligentes. Será possível que na vastidão do Universo, em mundos e contextos inimagináveis, milhares, milhões de Cristos sejam crucificados?

ORIGENS DO MITO RITUAL
A concepção de deuses vindos do Céu, emanações do Deus Supremo nascidos de uma virgem, sofrendo mortes violentas como sacrifício expiatório pelos crimes dos homens, este é um enredo que tem origem em épocas recuadas quando o homem era um selvagem, um animal que resolvia suas querelas, suas disputas, com derramamento de sangue; quando o sangue era o tributo por qualquer ofensa. Na evolução dos costumes, ao que parece, o sacrifício periódico de um justo voluntário, o cordeiro,  a grande dor de um inocente, tornou-se a síntese suficiente simbólica de todas as penas acumuladas e devidas, pelos homens, ao Criador de todas as coisas.


LEITURA COMPLEMENTAR II
Para a teósofa H.P.Blavatsky*, o "mistério... da perfeita semelhança entre as vidas de Pitágoras, Buddha [Sakyamuni], Apolônio etc., é muito natural"... e significa "que todos esses grandes homens eram Iniciados da mesma Escola... Não há imitação nem cópia nas das diversas biografias: todas são originais". São biografias que descrevem "a vida mística e, ao mesmo tempo, a vida pública dos Iniciados, que vieram ao mundo para salvar, se não toda, pelo menos uma parte da humanidade".
A ORIGEM IMACULADA refere-se ao nascimento místico durante o mistério da Iniciação. Para as multidões, para o entendimento do povo,com apoio dos cleros, esse fato é entendido no sentido literal: "a mãe de cada um dos Iniciados foi uma virgem, que concebeu o filho por obra do Espírito Santo sendo [por isso] chamados Filhos de Deus".
SALVADORES: Citemos, por exemplo, as legendárias vidas de Krishna, Hércules, Pitágoras, Jesus, Apolônio, Chaitanya. ... Cada um é apresentado como um Soter [Salvador] de origem divina, título conferido pelos antigos aos deuses, heróis e reis insignes. Todos, antes ou logo depois do nascimento, são perseguidos e ameaçados de morte... por um inimigo poderoso [o mundo da matéria e da ilusão], quer este inimigos e chame Herodes, rei Kansa ou rei Mâra... E finalmente se diz que, terminados os ritos de iniciação, foram assassinados, isto é, mortos em suas personalidades físicas, das quais se libertam para sempre depois de sua espiritual ressurreição ou nascimento. E com o desfecho dessa suposta morte violenta, descem ao Mundo Inferior ou Inferno — o reino da tentação, da concupiscência e da matéria, e, por conseguinte, das Trevas — de onde regressam glorificados como deuses...




A UNIVERSALIDADE DA CRUZ: Desde o princípio da humanidade, a Cruz, ou o Homem de braços estendidos horizontalmente, simbolizando sua origem cósmica, foi relacionado à sua natureza psíquica e às lutas que conduzem à Iniciação. [Considera-se que o verdadeiro nascimento de um Iniciado somente acontece depois de superadas todas as provas da Iniciação. então acontece o nascer no mundo espiritual. O Iniciado é, portanto, duas vezes nascido, Dvija e sua idade passa a ser contada a partir deste segundo nascimento.
* BLAVATSKY. H.P.. A Doutrina Secreta - vol. V Ciência, religião e filosofia. [Trad. Raimundo Mendes Sobral]. São Paulo: Pensamento, 2003 [p. 144]
A cruz e o círculo são um conceito universal tão antigo como a própria mente humana. Ocupam a primeira linha na lista da longa série de símbolos... "Crucificar perante o sol" é uma expressão usada na Iniciação. Provém do Egito e, originariamente, da Índia... O Adepto Iniciado, que se saísse bem em todas as provas, era atado, não cravado, a um leito em forma de Tau [fig. esq.], em forma de Suástica ... na Índia...
 [Depois, o Adepto era]... mergulhado em profundo sono — o "Sono de Siloam" ... Era mantido nesse estado durante três dias e três noites, período em que o seu Ego Espiritual... confabulava com os Deuses; descia ao Hades, Amenti ou Pâtala, conforme o país; e fazia obras de caridade em prol dos Seres Invisíveis, Almas de Homens ou Espíritos Elementais; permanecendo seu corpo todo o tempo em uma cripta ou cova subterrânea do templo.
No Egito, o corpo era colocado no Sarcófago da Câmara do Rei da pirâmide de Quéops e levado durante a noite que que precedia o terceiro dia para a entrada de uma galeria, onde, em certa hora, os raios do sol nascente davam em cheio sobre a face do Candidato em estado de transe, e então ele despertava ...
* BLAVATSKY. H.P.. A Doutrina Secreta - vol. IV O simbolismo arcaico das religiões, do mundo e da ciência. [Trad. Raimundo Mendes Sobral]. São Paulo: Pensamento, 2003 [p. 126 a 128] | pesquisa e adaptação: Ligia Cabús.
FONTE:

http://mahabaratha.vilabol.uol.com.br/translation/os16crucificados.htm