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quinta-feira, 8 de julho de 2010

descoberta casa do tempo de "cristo"

Nazaré exulta neste Natal com descoberta arqueológica


Entrevista com o bispo local, Dom Giacinto Boutros Marcuzzo
Por Isabelle Cousturié

NAZARÉ, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- A descoberta de uma casa dos tempos de Jesus em Nazaré, junto à gruta da Anunciação, alegrou o Natal dos cristãos desta localidade.

Ao mesmo tempo, lançou-lhes uma pergunta que ainda não tem resposta: por que os primeiros cristãos conservaram esta casa, enquanto que as que se encontravam ao redor não foram preservadas?

Esta é a questão que se faz nesta entrevista concedida a ZENIT por Dom Giacinto Boutros Marcuzzo, bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém, encarregado particularmente de Nazaré.

–Que importância atribui à descoberta?

–Dom Marcuzzo: Não é a primeira descoberta dos tempos de Jesus, é talvez a descoberta mais recente de uma casa dos tempos de Jesus. Claro está, havia outras coisas que infelizmente foram destruídas ao longo da história. De todos os modos, contamos com a famosa gruta da Anunciação, que também era uma casa, com todas as grutas que se encontravam ao seu lado. De maneira que se podem visitar várias. Também restam vestígios na casa das Irmãs de Nazaré, ao redor do chamado Túmulo do Justo, tradicionalmente conhecido como a tumba de São José, mas esta é talvez um pouco mais tardia.

Agora, as ruínas desta casa que se acaba de descobrir, segundo os arqueólogos, corresponderiam às de uma casa dos tempos de Cristo. Portanto, esse é o primeiro interesse, totalmente prioritário.

Em segundo lugar, esta casa encontra-se no centro de quatro lugares muito conhecidos. Portanto, esta casa foi certamente um lugar de passagem para Jesus, para a Sagrada Família –para Maria de Nazaré, para São José–, pois se encontra a poucos metros, cem no máximo, da gruta da Anunciação, assim como da Gruta de São José ou Igreja de São José, e da famosa sinagoga dos tempos de Jesus, assim como a uns cem metros do Túmulo do Justo. Portanto, era um lugar central.

Em terceiro lugar, o interesse da descoberta desta casa, recebida com entusiasmo tanto pelos arqueólogos israelenses como por nós, e pela associação Maria de Nazaré e Chemin Neuf, a comunidade encarregada da acolhida neste centro, deve-se ao fato de que tenha sido conservada, enquanto que as casas ao lado foram destruídas. Por que se conservou esta? Este fato nos lança perguntas interessantes. Não temos resposta. Por que se conservaram os muros desta casa? Por que esta e não outras que estavam ao seu lado?

Infelizmente, desde um ponto de vista, e por sorte, a partir de outro, posteriormente se edificaram outros muros sobre o muro primitivo, ou ao lado deste, por exemplo, durante o período de Mameluk. Por que quiseram construir esse muro? Pouco a pouco, talvez, tenhamos as respostas.

Pelo momento, nos contentamos com nos alegrar por esta descoberta arqueológica que mostra verdadeiramente a existência, se realmente faz falta, de Nazaré nos tempos de Jesus.

–Como foi recebida a notícia em Nazaré?

–Dom Marcuzzo: Exultamos de alegria por esta descoberta, pois ainda que seja pequena, é uma confirmação de nossa antiguidade, de nosso enraizamento neste lugar. Quando a arqueologia mostra a presença bíblica e cristológica, marial ou eclesial, nossa comunidade, claro está, sente-se alentada. Isso é importante para nossa comunidade por causa dos desafios que tem de enfrentar nesta vida, dia após dia, na Terra Santa.

–Como vivem o Natal em Nazaré?

–Dom Marcuzzo: Creio que o Natal a cada ano é sempre a mesma festa de Natal e, ao mesmo tempo, uma festa nova com uma mensagem nova. Este ano, seguimos na atmosfera da visita do Papa, com todo seu significado oficial, claro está, mas sobretudo pastoral, espiritual, bíblico.

Além disso, vivemos em relação à paz um momento de grande esperança, de fé, pois a paz é nosso grande problema na Terra Santa. Desejamos que esta festa seja uma ocasião para encontrar mais paz, mais caminhos de paz, e que no próximo ano possamos fazer a festa da paz.

Precisamos de homens de boa vontade, que os responsáveis políticos encarregados das relações entre os povos convertam-se verdadeiramente à paz e que tenham “a valentia da paz”, como disse nosso patriarca em sua mensagem de Natal deste ano. Temos medo da paz! A paz certamente é sempre uma aventura, um risco, mas temos de nos arriscar, pois disso só pode vir o bem.

Envio a todos vocês e a toda família de ZENIT, aos leitores e amigos, meus melhores desejos desde Nazaré. De minha janela vejo a basílica da Anunciação iluminada com motivo no Natal. Daqui envio uma bênção especial, em Maria e Jesus, a todos vocês e aos fiéis de boa vontade.


ZP09122406 - 24-12-2009



                                                               
Permalink: http://www.zenit.org/article-23673?l=portuguese

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